quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

ESCOLHAS

Algumas vezes nos vemos em situações que não é possível tomar uma decisão de imediato, ou por não termos elementos para tal ou por não conseguirmos chegar a um consenso por falta de condições internas naquele momento, devido à ansiedade ou por falta de conhecimento acerca do que é preciso decidir.

A pausa antes de decidir é saudável e até necessária pois não podemos acreditar em tudo que é dito ou que percebemos ou pensamos. Mesmo porque nossa capacidade em discernir se desenvolve à medida que nos questionamos sobre nós mesmos, sobre a vida, pessoas, natureza, situações, nossas atitudes, etc. Esta pausa, este “duvidar” é na verdade um questionamento, que deve ser feito de forma gentil, sem críticas e julgamentos ansiosos.

Mas, quando esta pausa torna-se longa e vai caracterizando-se como fuga, nos colocando “em cima do muro”, inibindo nossa capacidade de escolha e decisão, nos tornando vulneráveis a influências externas que podem interferir em nossas escolhas; fique alerta, pois passa a ser nociva.

Vale observar, que nos colocamos na situação de dúvida por medo de errar. E ficar em cima do muro, se remoendo, indeciso, infeliz, também não é um erro? Enquanto estamos mergulhados na dúvida, a vida também fica parada, sem resultados.

Há uma defasagem natural entre a decisão e a concretização, que pode variar para cada intenção, pessoa, fato e ambiente. Por mais pressa que alguém tenha de concluir a faculdade, por exemplo, haverá uma defasagem entre o ato de decidir, começar, estudar e a desejada realização – a conclusão. Começo, meio e fim.

Talvez o melhor a fazer seja:

  • nos preparar para a dinâmica da realidade, aperfeiçoando cada vez mais nossa capacidade de fazer escolhas pequenas, médias e grandes, de alto ou baixo impacto, para a década seguinte, o ano seguinte, para a semana que vem, para amanhã, hoje e daqui a pouco.
  • decidir mudar o que deve, precisa e carece ser mudado. Observe que a mudança não precisa ser radical, você pode ir mudando aos poucos, dando um passo de cada vez. Decidir aceitar o que não pode ser mudado – “queria tanto que ele fosse de outro jeito”; “queira tanto ter 1,20mt de perna, 90 de quadril, etc”; há certas coisas que são impossíveis de você mudar, principalmente em se tratando de outra pessoa; só nos resta aceitar. Não se iluda querendo transformar o outro. Cada um muda se quer e quando quer. A decisão é de cada um. Assim também é em relação a nós mesmos. Simplifique a vida. Há tantas coisas que precisam, são possíveis e devem ser modificadas em sua vida que não vale a pena e nem há tempo a perder com coisas que não podem ser modificadas.
  • ajustar nossas expectativas à defasagem natural entre decisão e concretização.
  • um passo de cada vez. Primeiro decida se quer cursar uma faculdade – segundo o exemplo acima – não fique se desgastando como, qual, etc. O primeiro passo é decidir se quer; se está disposto a se dedicar; abrir mão de outras coisas em favor dos estudos; se sabe de verdade qual o curso deseja. Após dar este primeiro passo é que estará pronto para o segundo; procurar a faculdade mais adequada; verificar possibilidade de bolsa ou empréstimo, se for o caso; etc. É importante observar que na maioria das vezes nos desgastamos em pensar “mas e se...”, e perdemos energia e força colocando dúvidas no meio do caminho, nos enfraquecendo com a opinião dos outros e com os obstáculos que, naturalmente, surgem.

A possibilidade de escolha representa o exercício de um dos nossos bens mais preciosos: a liberdade de decidir que rumos nossa vida vai seguir a partir de agora. O que realmente eu quero para a minha vida?

Mesmo que você esteja diante de uma situação difícil e extrema, ainda assim, é possível escolher como você quer lidar com a situação. Você escolhe alimentar a raiva, a revolta, ansiedade, culpa? Ou você escolhe a paciência, a tolerância, a paz na sua mente para poder pensar melhor?

A decisão é sua.


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